
Dessa vez, os jogos serão disputados no Mineirão, inaugurado em 1965, 15 anos após a primeira Copa realizada no Brasil. O “Gigante da Pampulha” já foi o segundo maior mundo, mas, com o tempo, vem mostrando sinas cansaço. Em 1997, foi registrado o público recorde do estádio, mais de 132 mil pessoas assistiram a final do Campeonato Mineiro entre Cruzeiro e Villa Nova. Hoje, a capacidade não passa dos 65 mil, ou seja, menos da metade. As instalações são antigas e mesmo com a implantação de cadeiras no lugar das arquibancadas, isso não é o bastante para receber jogos de uma Copa do Mundo. As reformas já começaram e somente a carcaça representada pelo anel externo ficará intacto, o restante será modificado. “O Mineirão é uma edificação pública, temos que ter o maior cuidado com isso. As mudanças serão feitas com extrema cautela para que não gerem estranhamento. Além do que, é uma obra tombada como patrimônio nacional e cartão postal da cidade. A modernização é necessária, mas sem esquecer do contexto histórico.” afirmou, Gustavo Penna, arquiteto responsável pela obra.

Para lotar o templo maior do futebol mineiro e garantir um espetáculo transmitido para mais de 250 países é preciso que torcedores e a imprensa se locomovam por BH com conforto e segurança. É pensando nisso que a BHTRANS trabalha com três pilares principais. O Diretor de Planejamento, Célio Bouzada explica como serão as ações: “O primeiro pilar chama-se: Corta Caminho. São ligações perimetrais entre regiões da cidade. O objetivo é tirar o chamado tráfego de passagem do centro da cidade. Outro pilar é o sistema de transporte coletivo, os ônibus andarão em canaletas exclusivas e os embarques serão em nível agilizando o processo. O terceiro e ultimo é o metrô. O projeto prevê um trem subterrâneo da Savassi a Lagoinha e a ligação do Barreiro até o Calafate. Dessa forma, vamos esvaziar a área central, facilitando os translados durante a Copa e para muito além dela”.
Belo Horizonte tem tudo para receber bons jogos, a abertura e fases finais da Copa, com isso, os turistas virão de todo Brasil e de diversas partes do mundo. A Rodoviária da capital já comporta um fluxo grande de embarques e desembarques e já estaria preparada para receber o público durante a competição, afirmou o Gerente do Terminal, Ricardo Coutinho. O Aeroporto da Pampulha não recebe vôos internacionais, mas receberá os visitantes que vierem de avião das outras cidades mineiras e do restante do Brasil. Segundo a Superintende, Socorro Pinheiro as providencias já estão sendo tomadas para 2014, como a construção de uma nova torre de comando e ampliação dos hangares já existentes. Mas estamos tratando de um evento global, pessoas de diversas partes do mundo desembarcarão na cidade para acompanhar o espetáculo. A porta de entrada é o Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Atualmente o sítio aeroportuário passa por reformas, visando a Copa do Mundo. “Já estamos reformando e ampliando o estacionamento. Temos opção de adequar o terminal número um, já que ele possui muitos espaços vazios, ou partirmos direto para a construção de um segundo terminal”. Afirmou o Superintendente Silvério Gonçalves. Popularmente conhecido como “Confins”, nosso aeroporto leva algumas vantagens sobre os outros existentes no Brasil. Ainda, nas palavras de Silvério Gonçalves, Não há necessidade de desapropriar áreas como está acontecendo em outros aeroportos e o governo tem um plano estratégico para daqui a 30 anos, garantindo que o espaço ao redor não esteja ocupado e permaneça a disposição para expansão dos novos terminais.
Depois da chegada, os turistas precisam de se hospedar. Segundo especialistas, esse seria o maior problema enfrentado pela capital mineira. A falta de hotéis poderia prejudicar o desempenho da cidade junto a outras capitais como Rio de Janeiro e São Paulo. Mas para a Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - seção Minas Gerais - ABIH MG, Silvania Capanema, esse problema não existe. A FIFA pede 20 mil leitos, Belo Horizonte e região metropolitana possuem 32 mil. Sendo assim, com o problema da quantidade resolvido, é hora de trabalhar a qualidade. “O planejado é que os funcionários e colaboradores da hotelaria e turismo tenham um certificado que será concedido perante uma capacitação via SENAC ou outro órgão, habilitando a pessoa a exercer aquela função”. Completou, Silvania. Mas para quem já dispõe de excelência no serviço, como é o caso do Ouro Minas Palace Hotel, o fator mais complicado é adaptar-se a uma cultura estrangeira. “Imagine uma seleção de um país muçulmano, onde não pode haver contato direto com mulheres, a restrição alimentar é muito grande, e as cores tem papel fundamental. Pare eles, o branco representa a morte. Então, você tem que trocar toda a roupa de cama, a coloração das suas toalhas e isso tem que ser levado a sério, já que remete a cultura da nação”. Afirmou Acácio Pinto, Gerente do Ouro Minas.
Todos os preparativos pretendem transformar a capital na melhor anfitriã. A FIFA distribui entre as sedes vários eventos principais como: a cerimônia de abertura, o jogo final, o centro de imprensa, e, talvez, aquela que seria a maior honra, sediar a seleção brasileira. Para o governador do estado, Professor Antonio Augusto Anastasia, não ficaremos devendo nada a ninguém. “Belo horizonte, certamente, terá condições de disputar, em pé de igualdade com as outras cidades, e ser palco dos maiores e mais marcantes acontecimentos da Copa do Mundo de 2014”.
Problema para alguns, solução em BH
Nem mesmo os melhores jogadores do mundo podem se dar ao luxo de não treinar. Todas as cidades sedes possuem times profissionais de futebol, mas nem todos possuem centros de treinamentos condizentes com a estrutura esperada para uma Copa do mundo. Podemos citar o Rio de Janeiro como um exemplo claro: ninguém duvida que a final do torneio será realizada no templo maior do futebol mundial, o Maracanã, mas Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco pararam no tempo, quando o assunto é CT. As instalações são precárias e antigas, os campos estão maltratados, cansados pela maratona de jogos e exercício feitos pelos jogadores. Nesse quesito Belo Horizonte leva uma vantagem muito grande sobre as outras anfitriãs.
Quem acompanha o futebol mineiro de perto, tem propriedade para falar sobre esse assunto. O presidente da Federação Mineira de Futebol, Dr. Paulo Schettino, afirmou: “O Cruzeiro tem dois centros de treinamentos que não devem nada aos melhores do mundo. O atlético tem um CT excepcional que, inclusive, já acolheu a seleção brasileira, em 2008, antes do jogo contra a Argentina no Mineirão. O América pode reformar seu espaço de treinos e também é candidato fortíssimo a receber um dos selecionados hospedados em Belo Horizonte. Então, esse problema não existe aqui e nem existirá durante a Copa”.
Os Clubes se orgulham da estrutura conquistada com o tempo.
Na Copa, um grupo de seleções possui quatro equipes. Belo Horizonte tem quatro centros de treinamento que atenderão, de maneira exemplar os selecionados de outros países. Sendo assim, vai uma dica: atletas e delegações estrangeiras torçam para jogarem em BH, além da hospitalidade mineira, a infra-estrutura dos times da capital darão a vocês a impressão de estar em casa.
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