segunda-feira, 10 de maio de 2010

2014, a Copa dos brasileiros

Faltam quatro anos para que a maior competição de futebol volte a ser disputada no Brasil. Nosso País recebeu o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 graças a um rodízio de continentes instituído pela FIFA. Com esse sistema, a África do Sul também teve a chance de organizar a edição desse ano. A escolha do Brasil não foi nenhuma surpresa, já que era uma candidatura única. Nesse contexto, o órgão máximo do esporte mais popular do mundo se viu na obrigação de ratificar a escolha da nação que por mais vezes foi campeã do torneio de seleções e conhecida como “o país do futebol”. Belo Horizonte fará parte como uma das cidades sedes e tem tudo para fazer bonito.

Depois de 60 anos, a competição volta a ser disputada em solo tupiniquim. Em 1950, o Brasil foi sede da Copa do Mundo e viveu uma das maiores decepções esportivas de todos os tempos. Nossa seleção foi derrotada na final, em pleno Maracanã, com quase 200 mil espectadores, pelo Uruguai. Naquela Copa, Belo Horizonte recebeu jogos como Iugoslávia 3 x 0 Suíça e aquela que é considerada uma das maiores “zebras” da história do torneio, os Estados Unidos venceram a Inglaterra por 1x0 no Estádio Independência.
Dessa vez, os jogos serão disputados no Mineirão, inaugurado em 1965, 15 anos após a primeira Copa realizada no Brasil. O “Gigante da Pampulha” já foi o segundo maior mundo, mas, com o tempo, vem mostrando sinas cansaço. Em 1997, foi registrado o público recorde do estádio, mais de 132 mil pessoas assistiram a final do Campeonato Mineiro entre Cruzeiro e Villa Nova. Hoje, a capacidade não passa dos 65 mil, ou seja, menos da metade. As instalações são antigas e mesmo com a implantação de cadeiras no lugar das arquibancadas, isso não é o bastante para receber jogos de uma Copa do Mundo. As reformas já começaram e somente a carcaça representada pelo anel externo ficará intacto, o restante será modificado. “O Mineirão é uma edificação pública, temos que ter o maior cuidado com isso. As mudanças serão feitas com extrema cautela para que não gerem estranhamento. Além do que, é uma obra tombada como patrimônio nacional e cartão postal da cidade. A modernização é necessária, mas sem esquecer do contexto histórico.” afirmou, Gustavo Penna, arquiteto responsável pela obra.

Segundo o vice-presidente do comitê para assuntos da Copa do Mundo, Dr. Tadeu Barreto, a grande mudança será na parte externa do Mineirão. O antigo estacionamento dará lugar a uma gigantesca praça plana que contornará o estádio, podendo assim ser utilizada para diversos eventos. Já na parte interna, o gramado será rebaixado em três metros, às cadeiras se estenderão até onde hoje é a geral que será eliminada, aumentando a capacidade de público, os 65 mil espectadores de hoje vão ser 70 mil para Copa. O número de camarotes também aumentará, serão construídos restaurantes e lojas, ou seja, o Mineirão ser vai ser um centro de atividades para toda a família.

Para lotar o templo maior do futebol mineiro e garantir um espetáculo transmitido para mais de 250 países é preciso que torcedores e a imprensa se locomovam por BH com conforto e segurança. É pensando nisso que a BHTRANS trabalha com três pilares principais. O Diretor de Planejamento, Célio Bouzada explica como serão as ações: “O primeiro pilar chama-se: Corta Caminho. São ligações perimetrais entre regiões da cidade. O objetivo é tirar o chamado tráfego de passagem do centro da cidade. Outro pilar é o sistema de transporte coletivo, os ônibus andarão em canaletas exclusivas e os embarques serão em nível agilizando o processo. O terceiro e ultimo é o metrô. O projeto prevê um trem subterrâneo da Savassi a Lagoinha e a ligação do Barreiro até o Calafate. Dessa forma, vamos esvaziar a área central, facilitando os translados durante a Copa e para muito além dela”.

Belo Horizonte tem tudo para receber bons jogos, a abertura e fases finais da Copa, com isso, os turistas virão de todo Brasil e de diversas partes do mundo. A Rodoviária da capital já comporta um fluxo grande de embarques e desembarques e já estaria preparada para receber o público durante a competição, afirmou o Gerente do Terminal, Ricardo Coutinho. O Aeroporto da Pampulha não recebe vôos internacionais, mas receberá os visitantes que vierem de avião das outras cidades mineiras e do restante do Brasil. Segundo a Superintende, Socorro Pinheiro as providencias já estão sendo tomadas para 2014, como a construção de uma nova torre de comando e ampliação dos hangares já existentes. Mas estamos tratando de um evento global, pessoas de diversas partes do mundo desembarcarão na cidade para acompanhar o espetáculo. A porta de entrada é o Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Atualmente o sítio aeroportuário passa por reformas, visando a Copa do Mundo. “Já estamos reformando e ampliando o estacionamento. Temos opção de adequar o terminal número um, já que ele possui muitos espaços vazios, ou partirmos direto para a construção de um segundo terminal”. Afirmou o Superintendente Silvério Gonçalves. Popularmente conhecido como “Confins”, nosso aeroporto leva algumas vantagens sobre os outros existentes no Brasil. Ainda, nas palavras de Silvério Gonçalves, Não há necessidade de desapropriar áreas como está acontecendo em outros aeroportos e o governo tem um plano estratégico para daqui a 30 anos, garantindo que o espaço ao redor não esteja ocupado e permaneça a disposição para expansão dos novos terminais.

Depois da chegada, os turistas precisam de se hospedar. Segundo especialistas, esse seria o maior problema enfrentado pela capital mineira. A falta de hotéis poderia prejudicar o desempenho da cidade junto a outras capitais como Rio de Janeiro e São Paulo. Mas para a Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - seção Minas Gerais - ABIH MG, Silvania Capanema, esse problema não existe. A FIFA pede 20 mil leitos, Belo Horizonte e região metropolitana possuem 32 mil. Sendo assim, com o problema da quantidade resolvido, é hora de trabalhar a qualidade. “O planejado é que os funcionários e colaboradores da hotelaria e turismo tenham um certificado que será concedido perante uma capacitação via SENAC ou outro órgão, habilitando a pessoa a exercer aquela função”. Completou, Silvania. Mas para quem já dispõe de excelência no serviço, como é o caso do Ouro Minas Palace Hotel, o fator mais complicado é adaptar-se a uma cultura estrangeira. “Imagine uma seleção de um país muçulmano, onde não pode haver contato direto com mulheres, a restrição alimentar é muito grande, e as cores tem papel fundamental. Pare eles, o branco representa a morte. Então, você tem que trocar toda a roupa de cama, a coloração das suas toalhas e isso tem que ser levado a sério, já que remete a cultura da nação”. Afirmou Acácio Pinto, Gerente do Ouro Minas.

Todos os preparativos pretendem transformar a capital na melhor anfitriã. A FIFA distribui entre as sedes vários eventos principais como: a cerimônia de abertura, o jogo final, o centro de imprensa, e, talvez, aquela que seria a maior honra, sediar a seleção brasileira. Para o governador do estado, Professor Antonio Augusto Anastasia, não ficaremos devendo nada a ninguém. “Belo horizonte, certamente, terá condições de disputar, em pé de igualdade com as outras cidades, e ser palco dos maiores e mais marcantes acontecimentos da Copa do Mundo de 2014”.


Problema para alguns, solução em BH


Nem mesmo os melhores jogadores do mundo podem se dar ao luxo de não treinar. Todas as cidades sedes possuem times profissionais de futebol, mas nem todos possuem centros de treinamentos condizentes com a estrutura esperada para uma Copa do mundo. Podemos citar o Rio de Janeiro como um exemplo claro: ninguém duvida que a final do torneio será realizada no templo maior do futebol mundial, o Maracanã, mas Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco pararam no tempo, quando o assunto é CT. As instalações são precárias e antigas, os campos estão maltratados, cansados pela maratona de jogos e exercício feitos pelos jogadores. Nesse quesito Belo Horizonte leva uma vantagem muito grande sobre as outras anfitriãs.

Quem acompanha o futebol mineiro de perto, tem propriedade para falar sobre esse assunto. O presidente da Federação Mineira de Futebol, Dr. Paulo Schettino, afirmou: “O Cruzeiro tem dois centros de treinamentos que não devem nada aos melhores do mundo. O atlético tem um CT excepcional que, inclusive, já acolheu a seleção brasileira, em 2008, antes do jogo contra a Argentina no Mineirão. O América pode reformar seu espaço de treinos e também é candidato fortíssimo a receber um dos selecionados hospedados em Belo Horizonte. Então, esse problema não existe aqui e nem existirá durante a Copa”.

Os Clubes se orgulham da estrutura conquistada com o tempo. A cidade do Galo terá papel fundamental para Copa. Localizada próximo ao Aeroporto Internacional de Confins e com acesso rápido ao Mineirão, a seleção alocada em suas dependências não terá nenhum problema. Segundo a Diretora Executiva do Clube Atlético Mineiro, Adriana Branco, o CT possui, dentro do regulamento FIFA, um hotel principal com 20 apartamentos duplos, um hotel para categoria de base que serviria para alocar o staff que vem junto com a seleção de outro país, com capacidade para 112 hospedes. Já o Cruzeiro, pode ser o time que mais contribuirá, cedendo os dois centro de treinamento. A Toca I foi concentração da seleção brasileira para as Copas de 1982 e 1986 e continua sendo um dos melhores centros de treinamento do país, mesmo não sendo mais a casa do time profissional que treina em outro local. “Nós temos aqui, na Toca II, quatro campos com dimensões oficiais, um moderno centro de recuperação de atletas com contusões, uma sala moderna de musculação e um hotel com 26 quartos”. Declarou o Diretor de Comunicação do Cruzeiro, Guimerme Mendes. O América tem planos para o futuro. Em uma área de 90 mil metros quadrados, localizada ao lado do CT Lanna Drummond, a diretoria pretende erguem um novo espaço para treinos, mais moderno e completo.

Na Copa, um grupo de seleções possui quatro equipes. Belo Horizonte tem quatro centros de treinamento que atenderão, de maneira exemplar os selecionados de outros países. Sendo assim, vai uma dica: atletas e delegações estrangeiras torçam para jogarem em BH, além da hospitalidade mineira, a infra-estrutura dos times da capital darão a vocês a impressão de estar em casa.

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